Entre a última terça e quarta-feira (03), a Arquimedes analisou a reação dos internautas no Twitter após a deputada federal, Bia Kicis (PSL-DF), ser indicada para comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados. O levantamento indicou que o anúncio resultou em uma polarização, com bolsonaristas comemorando e opositores manifestando revolta sobre o caso, sem qualquer possibilidade de diálogo. Em pouco mais de 24 horas, coletaram-se 74 mil menções sobre a indicação de Bia Kicis à CCJ – 45% de apoio à deputada. Dentre os posts com maior destaque, estão as congratulações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-DF) e da deputada Carla Zambelli (PSL-SP).
Por outro lado, a oposição dominou 55% do debate com opiniões negativas. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), por exemplo, lembrou no Twitter episódios polêmicos de Kicis e classificou a indicação como “uma tragédia e mais um passo na institucionalização do golpe”.
Vale lembrar que a Ex-procuradora no Distrito Federal é investigada no STF pela disseminação de notícias falsas em redes sociais, tendo compartilhado conteúdo enganoso sobre a pandemia da Covid-19, além de ter contestado a obrigatoriedade do uso de máscaras e do distanciamento social. Kicis também fez comemorações públicas sobre o fim do lockdown em Manaus e parabenizou a população que se mobilizou contra a restrição.
Pedro Bruzzi, sócio da Arquimedes e responsável pelo levantamento, se surpreendeu com a polarização, apesar da ocorrência de críticas e comemorações serem esperadas. “Bia Kicis é uma das principais influenciadoras do bolsonarismo nas redes, usando da carga ideológica e atacando a oposição sempre que possível. Talvez o mais surpreendente tenha sido a indicação do seu nome mesmo”, afirmou. Segundo ele, dificilmente bolsonaristas apostariam em alguém tão alinhado para o cargo.
Caso a indicação se confirme, Bia Kicis será responsável por analisar a legalidade e constitucionalidade de todos os projetos que tramitam na Câmara dos Deputados, além da admissibilidade de Propostas de Emenda à Constituição (PEC) e de pedidos de impeachment contra o presidente.
A matéria completa é de Filipe Vidon, do Jornal O Globo.