Entre os dias 5 e 10 de fevereiro de 2020, levantamento realizado pela Arquimedes e encomendado pelo O Globo verificou 21,5 mil menções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques, no Twitter. A repercussão se deu pelo voto do ministro a favor da liberação do acesso de mensagens do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, para a defesa de Lula. Este foi o motivo pelo qual Nunes Marques recebeu críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que indicou o ministro para a Corte, e de defensores da operação Lava-Jato – grupo rompido desde a saída de Moro do governo federal no ano passado.
A análise também verificou que, na última quarta-feira (10) , o nome de Marques chegou a ficar entre os assuntos mais comentados da plataforma. Pelos dados obtidos na coleta, perfis alinhados a Bolsonaro fizeram a maior parte das publicações analisadas: 59% do total. Ainda que o mais novo ministro tenha sido indicado pelo presidente, o grupo criticou a decisão favorável a Lula. Vale lembrar que, no ano passado, apoiadores da chamada ala ideológica já se manifestavam contra a escolha do ministro nas redes sociais.
Para o sócio-fundador da Arquimedes e responsável pelo levantamento, Pedro Bruzzi, o antipetismo marcou a proximidade do tom adotado por bolsonaristas e lavajatistas nas publicações. “A agenda antipetista, especialmente anti-Lula, é comum aos dois agrupamentos. Ambos convergem um pouco nas pautas econômicas, como temos visto em outras situações. O resultado é uma esquerda mais isolada”, afirmou.
Ainda de acordo com a análise, perfis “lavajatistas” publicaram 31% das menções a Nunes Marques. Para além das críticas ao voto, esses perfis também lembraram a indicação de Bolsonaro. A esquerda somou apenas 10% das postagens, feitas por simpatizantes do ex-presidente e do PT. O grupo comemorou o resultado do julgamento e mirou Moro e a Operação Lava-Jato.
A matéria completa é de Marlen Couto e está disponível no site do Jornal O Globo.