Até o último dia 15 de março 2020, levantamento da Arquimedes analisou a repercussão da campanha ‘BolsoCaro’, em alusão ao aumento dos preços durante o governo vigente. Foram ao menos 68 mil referências à campanha na rede e 1,5 milhão de visualizações do vídeo só no Twitter até a data em questão. Quase metade (47,5%) do engajamento gerado na plataforma partiu de perfis alinhados à esquerda, contra 18,5% das menções de usuários de centro e direita. Os perfis de fora da política somaram 34% do total. A cantora Anitta – figura destaque nos compartilhamentos da campanha – teve a postagem assistida 680,9 mil vezes em seu perfil.
Os dois primeiros vídeos virais do grupo anônimo tiveram como foco temas econômicos. Antes da campanha ‘BolsoCaro’, a campanha ‘Custo Bolsonaro’ abordou a intervenção na Petrobras, além das crises causadas pela diplomacia brasileira com parceiros comercias – a exemplo da China. Um terceiro vídeo abordou a corrupção, em especial as investigações envolvendo a família do presidente. Intitulado “Bolso Família”, a paródia explorou a tentativa de Bolsonaro proteger parentes da opinião pública e dos órgãos de investigação.
De acordo com Pedro Bruzzi, sócio da Arquimedes e responsável pela consultoria, ataques ao governo com foco na economia têm grande apelo entre eleitores que não costumam participar de debates sobre política. “Com a alta dos preços, o debate das redes se voltou ao tema e a associação e responsabilização de Bolsonaro são frequentes. A campanha encontra eco em diferentes agrupamentos e incomoda até quem não participa do ringue da política, sem partido, mas que quando vão ao supermercado percebem a realidade”, afirmou.
A matéria completa é do jornalista Marlen Couto e está disponível no site do Jornal O Globo.
