Levantamento realizado pela Arquimedes, encomendado pelo Jornal O Globo, contabilizou 250 mil menções à Petrobras no Twitter entre quinta (18) e segunda-feira (22). Motivados pela interferência do presidente Jair Bolsonaro na estatal, 70% dos internautas criticaram a demissão abrupta do CEO, Roberto Castello Branco, por discordar do aumento de preço dos combustíveis. Parte significativa das críticas veio de perfis que se identificam como “liberais”, a exemplo do ex-candidato à Presidência pelo partido Novo, João Amoedo, e membros do Movimento Brasil Livre (MBL), como o deputado federal Kim Kataguiri.
Os dados revelaram que a decisão do presidente, além de populista, foi também impopular nas redes sociais. A base governista respondeu por apenas 30% das menções à Petrobras, com defesas ao currículo de Silva e Luna, bem como à sua experiência na Itaipu Binacional — breve passagem iniciada já no governo Bolsonaro. Embora tenha criticado menos a decisão, perfis da esquerda concentraram as mensagens na carreira pregressa do substituto de Castello Branco. Para o agrupamento, Joaquim Silva e Luna é general da reserva e não possui experiência no setor de petróleo. Além disto, também houve críticas ao plano de venda de refinarias pela Petrobras — embora o mercado financeiro tema, justamente, que a intervenção de Bolsonaro leve à interrupção das privatizações.
A matéria é de Rennan Setti e está disponível no site do Jornal O Globo.