Arquimedes realiza estudo sobre menções à cloroquina nas redes sociais

Em estudo para a Revista Piauí, a Arquimedes verificou as menções que relacionaram a cloroquina à Covid-19 desde o início da pandemia. De acordo com a análise, no dia 22 de fevereiro de 2020 foi identificado o primeiro tuíte que relacionou os termos e chamava a atenção para o uso do medicamento a fim de erradicar a malária endêmica nos países pobres. Desde então, houve uma massiva campanha de comunicação, estrelada pelo presidente da República, em defesa do medicamento.

O esforço por parte do governo se evidenciou em debate público no Twitter, onde foram identificadas 17,5 milhões de publicações sobre cloroquina desde a decretação da pandemia pela OMS (março/2020), enquanto que nos outros idiomas somou-se 8,9 milhões de posts. Sendo o Brasil o país de maior população lusófona do planeta, é razoável afirmar que o Brasil foi protagonista desse debate no mundo.

Especialmente nos meses de abril e maio, havia expectativa ao redor do mundo em torno do tratamento com a cloroquina. Contudo, com a evolução dos testes com vacinas, especialmente no segundo semestre, o debate se apequenou, tanto no Brasil, quanto no resto do mundo. Só uma pessoa, vira e mexe, não deixava o remédio cair no esquecimento: Jair Bolsonaro. Vale lembrar que o governo encomendou milhares de comprimidos aos laboratórios do Exército.

 

Brasil e a cloroquina em 2021

 

De acordo com a Arquimedes, em 2021 o Brasil voltou a liderar o debate a respeito do remédio. Ainda que a vacinação tenha se iniciado no país em 17 de janeiro deste ano, as menções em português sobre o medicamento correspondem a 62,7% do total, frente a 27% no ano passado. Somente no mês de maio, verificou-se mais de 1,7 milhão de posts e picos que coincidem com os dias de depoimentos na CPI da Pandemia, em especial os do ex-ministro Nelson Teich (05/05), do diretor da Anvisa, o contra-almirante Barra Torres (11/05), do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (19 e 20/05) e da secretária Mayra Pinheiro (25/05).

A análise é dos pesquisadores Leonardo Barchini (CEPESP/FGV); e Pedro Bruzzi (sócio e fundador da Arquimedes; e mestre e graduado pela FGV).

Texto completo e infográficos no site da Revista Piauí.

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