Arquimedes na Revista Piauí – NAS REDES, DEU BOULOS; NAS URNAS, COVAS

O sócio e fundador da Arquimedes, Pedro Bruzzi, falou à Revista Piauí sobre a influência das redes sociais durante o período eleitoral deste ano. As redes sociais são um dos recursos eleitorais dos candidatos, assim como dinheiro de campanha, tempo de TV, coligações partidárias, dentre outros. Utilizadas para garimpar votos, elas serviram a políticos com pouca tradição e estrutura, pouco tempo de TV, sem apoio partidário e sem dinheiro, mas que surpreenderam em interações nas redes.

Exemplo disto é o ex-policial militar Gabriel Monteiro (PSD). Ele foi eleito para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro com 60 mil votos – terceiro mais votado da cidade, com 10 mil votos a menos do que Carlos Bolsonaro (Republicanos). O ex-policial tem 1,48 milhão de curtidas no Facebook e chegou a ser expulso da corporação em agosto deste ano por deserção. Apesar de ter feito fama com afrontas a alguns coronéis do comando da PM, inclusive com uso de informações falsas, ele foi reintegrado à Força.

Com uma pauta alinhada à de Jair Bolsonaro, Gabriel também faz críticas aos “comunistas” e se diverte menosprezando estudantes das universidades federais “alinhados ao marxismo”. Logo na semana do 1º turno, Gabriel alcançou 1,3 milhão de interações no Facebook. Após ter sido eleito, atingiu 1,79 milhão de interações na semana seguinte.

Na avaliação de Bruzzi, a maior surpresa foi Guilherme Boulos. Ele foi um dos únicos a ultrapassar os seis dígitos de arrecadação via financiamento coletivo (o chamado “crowdfunding”, liberado pelo TSE em 2018) e conseguiu R$ 1,96 milhão. Ao todo, alcançou mais de 1 milhão de interações semanais em seu perfil no Facebook desde a semana de 11 de outubro (1 mês antes do primeiro turno).

Já no Instagram, as interações do candidato do Psol passaram de 1,8 milhão na média das semanas antes da eleição para 2,47 milhões na semana do primeiro turno. Entre 15 e 21 de novembro, saltou para 4,8 milhões de interações e 4,6 milhões na semana de 22 a 28 de novembro. Boulos também conquistou terreno no YouTube – rede mais utilizada por nomes ligados à direita.

Por outro lado, Bruno Covas, com mais tempo de TV e controle da máquina, não teve “caminho fácil”, ainda numa eleição onde os incumbentes fossem preferidos pela população. No Facebook, o gasto foi de R$145 mil em impulsionamento e, mesmo assim, o desempenho de Covas foi pífio se comparado ao de Boulos: pouco mais de 95 mil interações. Cabe ressaltar que Bruno Covas passou meses sem postar nada e voltou a ter publicações apenas no início do período de campanha. Ativo no Instagram durante o período de silêncio nas outras redes, Covas publicou fotos de toda sorte, inclusive da cama que colocou em seu gabinete, no entanto, o desempenho foi fraco na comparação com Boulos.

A análise completa está disponível no site da Revista Piauí.

 

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