Arquimedes aponta baixa em interações de bolsonaristas no Twitter durante CPI da Covid

A Arquimedes revelou, em levantamento para o jornal O Globo, que perfis alinhados a Jair Bolsonaro têm perdido espaço no debate digital desde o início da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado Federal. A queda de desempenho nas redes sociais foi observada a partir da sessão que contou com a participação de Wajngarten na última quarta-feira (12).

Entre 8 e 11 de maio, dia em que o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres depôs à CPI, a base bolsonarista concentrou 43% das menções à CPI no Twitter contra 57% da oposição. No dia 12, quando Wajngarten foi ouvido, esse percentual caiu para 28% ante 72% de perfis antibolsonaristas. Já na última quinta-feira, quando o presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, falou aos senadores, os governistas somaram 29% das menções. Ao todo, foram analisadas pela Arquimedes mais de 900 mil mensagens.

Pedro Bruzzi, sócio e fundador da Arquimedes, ressaltou que o tom adotado por bolsonaristas durante a CPI tem perdido fôlego porque se resume a ataques ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) e demais parlamentares da comissão, a exemplo da reação de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ao chamar o relator de “vagabundo”.

Na oposição, postagens do senador Randolfe Rodrigues têm se destacado (Rede-AP). Um dos fatores é a interação do parlamentar com usuários da rede, além de levar temas discutidos nas plataformas digitais para os trabalhos da comissão. Um exemplo foi a revelação da live de Wajngarten e Eduardo Bolsonaro (DEM-SP) sobre a campanha “O Brasil não pode parar”, postada pelo perfil “Jair, Me Arrependi”, que tem 200 mil seguidores no Twitter. Randolfe respondeu ao perfil na rede indicando que passaria o conteúdo aos membros da CPI. O vídeo acabou reproduzido na sessão pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). No áudio, de março do ano passado, Wajngarten revela que continuava trabalhando, mesmo após ser diagnosticado com Covid-19, o que contradiz sua versão em depoimento aos senadores de que não acompanhou a campanha publicitária contra o isolamento social porque estava afastado das funções.

O Twitter participa ativamente da CPI, municia os senadores de oposição com informações e se organiza para além de agrupamentos de partidos políticos. O Renan Calheiros é do MDB, o Omar Aziz é do PSD. Há uma frente ampla se compondo tanto na CPI quanto no Twitter para além de ideologia e partidos políticos — avalia Bruzzi.

 

A matéria completa é de Marlen Couto, para o Jornal O Globo.

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